segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Manaus: 100 cortes

















Na vida muitas vezes mal nos apercebemos de quantos  pedaços vamos deixando pelo caminho diante de cada opção que tomamos. Muitas vezes a fragmentação se faz necessária, diante de partes que já não traduzem mais  quem nós somos.  Muitas destas  partes  se perdem pelo absoluto ato de substituição, ou por um reencontro diante de algo valioso que foi deixado em algum momento , em alguma época.
A estranha opção por uma viagem de última hora para Manaus não me parecia algo muito certo, mas para quem já estava acostumado a cabeçadas  pra lá de desastrosas, esta seria apenas mais uma tentativa.
Incrível como a desculpa de um Curso de Teoria e Crítica Cinematográfica se fez forte o suficiente para que por alguma razão decidisse partir  de Campina Grande na Paraíba para o lado Norte do país. De quebra sozinho  para caso de arrependimento não tivesse ninguém para apontar.
Estar sozinho foi a senha para que no meio de uma  cidade estranha, de gente aparentement e estranha , pudesse lustrar a alma e o ego me enxergando no meio da multidão. Sozinho na selva pude perceber muito além da dinâmica e agitada percepção de um cara com tantas meias verdades, o quanto distante estava de casa e de mim mesmo.
Bastou a educação e a simpatia dos nativos de sonhos comuns, para me sentir reconfortado ao encontrar naquele curso de cinema, um ribamildo que tanto subestimei. Estar ali assumidamente amando cada aula, entregue a cada novo detalhe , era construir conjuntamente com  cada novo amigo um eu renovado vibrante por estar ali na sua tribo, tendo como cacique o nosso Pablo Villaça.
Turma de alma, cativante e interativa  a harmonia era presente pelo sinais dissonantes que cada uma das personalidades ali presentes se mostrava, jazz puro.
A todos presentes as exéquias de um velho gordo, deixo enterrado em Manaus uma parte minha que já era um fardo e que lá descansa, renasce alguém que não mais sozinho declara seu respeito e amor a sétima arte, tomando de volta as rédeas da vida dando  a ela uma interpretação segura  e agora destinada a uma boa trama.
O cinema sempre foi parte de minha vida, e durante alguns capítulos deste curso  pude ver  o quanto  foi necessário partir para  morrer e renascer , mas acima de tudo ver brotar em outros corações o sonho comum de quem percebe no brilho da grande tela a razão não lógica de estarmos unidos por uma boa historia.

Aos meu novos amigos o melhor que divido com vocês é o sentimento de paz e tranquilidade por estar novamente quite comigo e com meus sonhos, afinal o que é a vida se não um grande plano seqüência, até  quando DEUS grita  CORTA!!!  (PABLO VILLAÇA)

2 reflexões:

LSPT disse...

Adorei o texto e amei ter feito o curso também. O Pablo sabe dirigir uma sala. Espero que você retorne para um egresso do curso um dia.
Vou sempre visitar o blog, já add nos favoritos.
Abraços.

Bruno Ribeiro disse...

Muito bom, Ribamildo! Gosteo bastante do blog... Vou favoritar aqui. Olha o Cafe Samedi ai:

www.cafesamedi.wordpress.com

esse é o meu:
www.quebrandoogenio.wordpress.com