quarta-feira, 10 de setembro de 2008

SENTIR SAUDADES DÓI


Dói sentir saudades... É algo estranho pois e uma dor que você não quer que ela vá embora. Isto porque talvez ela seja o único registro ainda que dolorido de algo bom que ficou. Palavras, gestos, risos, olhares. Um filme que vai e vem sem obedecer necessariamente a uma seqüência lógica. A mente parece editar os melhores momentos, com direito a replay bastando apenas que fechemos os olhos. 

Não importa se o que se guarda seja mera ilusão, recontamos a história a partir da nossa perspectiva. E daí, vivenciamos tantas vezes que for necessária a nossa própria história.

A Saudade é nossa unicamente nossa. Os outros sentem falta, mas nunca saudade!

Saudade e a descrição mais próxima que uma língua já chegou deste sentimento estranho, mas absolutamente comum, mesmo ao mais complexo dos mortais.

Sentir saudade é querer rebobinar a fita das lembranças, mesmo sabendo que já não existe mais nada lá de físico e concreto.  Apenas ecos imagéticos da nossa mente daquilo que outrora semeado frutifica vez por outra, quando este tal sentimento belisca o peito até que a lagrima represada lave como um bálsamo essa dor tão abstrata que nos incomoda e nos faz estranhamente felizes. 

terça-feira, 9 de setembro de 2008

QUANDO CHOVE EM CAMPINA



Por que um dia foi sábado chuvoso (29/07/00)

 

Se Gene Kelly vivo estivesse e pudesse mais uma vez Cantar na Chuva não haveria melhor local do que Campina Grande.

Retirando todo amor que sinto por esta cidade. Retirando o fato de que Campina Grande como a maioria das cidades luta contra problemas de ausência de infra estrutura, problemas que ficam mais evidentes em dias como hoje. Fora isso uma indescritível mágica parece tomar conta da cidade, quando as  águas do céu insistem em cair . Uma espécie de aconchego coletivo toma conta da população. Nos abrigos das esquinas e das praças, as pessoas vão esquecendo do tempo , esperando a chuva passar e nesse meio período vão falando sobre si mesmas sem pudor algum, conhecendo mais sobre outras pessoas.

A solidariedade fica evidente por metro quadrado , na divisão dos espaços, dos guarda-chuvas e até nos cafezinhos. O sabor das águas secular de quase 400 mil habitantes é de pura humanização.

De que importa se nem toda a cidade possa ver o que observo agora. De que importa se a minha primeira matéria neste sábado preguiçoso seja sobre a queda no consumo de cerveja em pleno inverno da Serra da Borborema. E que só obrando milagre para encontrar alguém sóbrio que esteja num bar da cidade para dar um depoimento sobre esse assunto “importantíssimo”, debaixo desse toró.

Matéria – Texto- Imagens-Falas-Passagem.

Acho que pouca gente verá no jornal das sete. A chuva insiste em cair e a magia toma conta da cidade.

Gene, Campina é só poesia em dias assim.

 

Para sempre Forrest Riba

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

CONTEMPLANDO O PONTO AZUL


Da minha cela circular e dourada, contemplo o ponto azul que pletora numa só alegria a sede há muito contida de ser livre e feliz.
O pontinho azul, não zomba dos exilados, sabe muito bem que o auto exílio requer renúncia, mesmo que nem sempre a todo instante.
O ponto azul sorri, de peitos literalmente abertos para o mundo, se mostra gente, se mostra feliz, se mostra humana. O ponto azul não se nota, mas é o puro retrato da naturalidade , algo que só agrega observadores como eu, que mesmo não querendo ultrapassar a fronteira , fico feliz pela sua felicidade, tão espontânea , mas tão duramente conquistada. Hoje como imagem rarefeita num passado a se esmaecer com o tempo, só me resta o sorriso feliz do ponto azul, a traduzir que todos podem como um dia, o ponto ousou, e conseguiu simplesmente mudar de cor .


Para sempre Forrest Riba

terça-feira, 2 de setembro de 2008

A DIMENSÃO DE CADA SONHO NUTRIDO

Só por hoje relacionarei as promessas que falam sobre mim mesmo e que por alguma razão as joguei na gaveta, como se o eu que sempre fui, de repente soasse uma ameaça a este carbono de segunda categoria, hoje a representar um borrão daquele que um dia decidi ser.

O garoto que sempre gostou de ouvir musica de preto, continua mais black do que nunca, o samba rock do velho Bebeto é o botão de start para que o corpanzil aqui esqueça das suas limitações calcificadas pelo tempo e peça o suingue do Benjor , a alma do Zoli , a batida do Skowa, o “bolachão” do TIM com direito ao ruído da agulha no vinil evocando suas parcerias com o Cassiano.
Quero ser fiel a promessa de fazer a minha primeira tatuagem, uma rebeldia infantilóide que ainda me cobro com juros e correções visionárias
Tudo isso para que eu saiba que estou mais vivo do que nunca, e que vivos estão os meus sonhos estes sim que não envelhecem nunca, e que independente de mim, renascerão em outros corações.

Para sempre Forrest Riba.