
Para sempre Forrest Riba
A vida não é um filme, mas é bom quando olhamos pra ela através da nossa sublime película chamada fantasia.
É natural questionarmos o quanto realmente nos encontramos sozinhos. Estar sozinho é um estado de espírito, e pode ser bom ou ruim desde que possamos escolher o estado de estarmos sós.
Quantas vezes, quantos anos, quanto momentos nos sentimos sós no meio da multidão...
Aquele amor que acabou, o emprego que não te deixa feliz, as relações de aparência... tudo isto por que temos o único medo de abraçar a solidão.
Mas o que se esconde por traz deste véu? A luxuria? O egoísmo? O ciúme? A ambição?
Por traz da cortina existe apenas o 'eu' , a figura a que sempre relegamos ao segundo plano.
É insano pensar que passamos toda nossa existência fugindo de nós mesmos por medo ou vergonha.
A verdade é que o nosso estado de solitude implica em perigo, um senso de alto risco chamado revolução ou se melhor assim soar, mudanças.
Para sempre Forrest Riba
Dói sentir saudades... É algo estranho pois e uma dor que você não quer que ela vá embora. Isto porque talvez ela seja o único registro ainda que dolorido de algo bom que ficou. Palavras, gestos, risos, olhares. Um filme que vai e vem sem obedecer necessariamente a uma seqüência lógica. A mente parece editar os melhores momentos, com direito a replay bastando apenas que fechemos os olhos.
Não importa se o que se guarda seja mera ilusão, recontamos a história a partir da nossa perspectiva. E daí, vivenciamos tantas vezes que for necessária a nossa própria história.
A Saudade é nossa unicamente nossa. Os outros sentem falta, mas nunca saudade!
Saudade e a descrição mais próxima que uma língua já chegou deste sentimento estranho, mas absolutamente comum, mesmo ao mais complexo dos mortais.
Sentir saudade é querer rebobinar a fita das lembranças, mesmo sabendo que já não existe mais nada lá de físico e concreto. Apenas ecos imagéticos da nossa mente daquilo que outrora semeado frutifica vez por outra, quando este tal sentimento belisca o peito até que a lagrima represada lave como um bálsamo essa dor tão abstrata que nos incomoda e nos faz estranhamente felizes.
Por que um dia foi sábado chuvoso (29/07/00)
Se Gene Kelly vivo estivesse e pudesse mais uma vez Cantar na Chuva não haveria melhor local do que Campina Grande.
Retirando todo amor que sinto por esta cidade. Retirando o fato de que Campina Grande como a maioria das cidades luta contra problemas de ausência de infra estrutura, problemas que ficam mais evidentes em dias como hoje. Fora isso uma indescritível mágica parece tomar conta da cidade, quando as águas do céu insistem em cair . Uma espécie de aconchego coletivo toma conta da população. Nos abrigos das esquinas e das praças, as pessoas vão esquecendo do tempo , esperando a chuva passar e nesse meio período vão falando sobre si mesmas sem pudor algum, conhecendo mais sobre outras pessoas.
A solidariedade fica evidente por metro quadrado , na divisão dos espaços, dos guarda-chuvas e até nos cafezinhos. O sabor das águas secular de quase 400 mil habitantes é de pura humanização.
De que importa se nem toda a cidade possa ver o que observo agora. De que importa se a minha primeira matéria neste sábado preguiçoso seja sobre a queda no consumo de cerveja em pleno inverno da Serra da Borborema. E que só obrando milagre para encontrar alguém sóbrio que esteja num bar da cidade para dar um depoimento sobre esse assunto “importantíssimo”, debaixo desse toró.
Matéria – Texto- Imagens-Falas-Passagem.
Acho que pouca gente verá no jornal das sete. A chuva insiste em cair e a magia toma conta da cidade.
Gene, Campina é só poesia em dias assim.
Para sempre Forrest Riba